FERA: 800 alunos aprendem a dançar hip-hop

 

 

Segundo Octávio Nassur Ramos de Oliveira, professor da oficina, o hip-hop é muito procurado pelos alunos. “Trabalhamos a cultura do movimento hip-hop junto com o desenvolvimento corporal, por meio da linguagem musical”, disse. De acordo com Octávio, os alunos estão aprendendo conceitos que lhes serão úteis no futuro. “É nesta idade que eles começam a desenvolver a consciência corporal, por isso trabalhamos com a importância do aquecimento e o funcionamento da musculatura”, conta.

 

Suelem Vicente Vieira (13), aluna do Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Schoffen, do município de Autônia, participa do Festival pela segunda vez. Ela conta que no Festival anterior não conseguiu se inscrever para participar da oficina, devido à grande procura dos alunos. “Essa oficina é muito disputada”, diz, e ressalta que “já tinha feito aulas de dança, mas essas são as aulas que mais estou gostando”.

 

Já a aluna, Valéria Silva (15), do Colégio Estadual Vereador José Balan, de Umuarama, conta que está surpresa com o nível das aulas. “Estudo dança há oito anos e estou surpresa. São muitos alunos que nunca tiveram contato com a dança e estão aprendendo rápido”, disse.

 

Destaque – Um dos destaques da oficina é a participação de 12 alunos surdos da ASSUMU (Associação de Surdos de Umuarama), que fazem parte do grupo de dança Garra. Para Kelly Cristina Rezende, professora de Educação Física que criou o Garra, as aulas da oficina serão muito proveitosas. “Além das crianças, estou aprendendo bastante também. Vamos aproveitar alguns passos que aprendemos aqui”, conta.

 

Thalita Cristina de Oliveira (16), integrante do mesmo grupo de dança, conta que está estudando dança há aproximadamente quatro meses e que está gostando muito das aulas que está tendo no Fera.

 

 

Movimento hip-hop

 

A cultura do hip-hop é baseada em quatro elementos: o rap, do inglês rhythm and poetry (ritmo e poesia), que é a letra através da qual são transmitidas mensagens; a música, que é o veículo através do qual se transmite a mensagem; o grafite, que é a manifestação gráfica geralmente pintada em muros; e a dança, conhecida como break ou street dance.

 

O movimento teve sua origem na Jamaica, nos anos 60, de onde partiram seus criadores rumo aos subúrbios nova-iorquinos. Um deles, o disk-jóquei Kool Herc, foi o responsável pela introdução do rap quando inventava letras que declamava durantes as músicas que tocava em bailes de rua.

 

Nos Estados Unidos, o hip-hop começou a ser utilizado como uma forma de expressão política das populações afrodescendentes. A luta pelo reconhecimento sócio-político dos negros incorporou essa manifestação cultural e não é à toa que uma das referências ideológicas do movimento foi Malcolm X, um dos mais importantes líderes dessa luta.

 

No Brasil, encontrou sua maior expressão em São Paulo, nos anos 80, quando alguns jovens se reuniam numa estação do metrô, a estação São Bento, para dançar o break. Entre eles estavam Thaíde e Mano Brown, dois dos mais importantes nomes do rap nacional desde então.

 

Compartilhar: