Exposição mostra fotos feitas por Mário de Andrade

  • Uma mostra com 60 fotografias feitas por Mário de Andrade durante uma viagem ao Pará e ao Peru em 1927 foi aberta pela Caixa Cultural São Paulo. A exposição Mário de Andrade: Etnógrafo-Fotógrafo-Poeta é um recorte do acervo do Instituto
    de Estudos Brasileiros da USP (IEB) e mostra as fotos em preto e branco de  pessoas durante o trabalho.
  • Na viagem, chamada por Mário de Andrade de Viagem pelo Amazonas até o Peru,
    pelo Madeira até a Bolívia e pelo Marajó até dizer chega, ele fotografou e
    escreveu sobre a paisagem, o homem e a cultura da região. De acordo com a
    curadora da exposição, Adrienne Firmo, as fotos originais variam de 3,1
    centímetros (cm) por 3,7cm a 12cm por 17cm e foram digitalizadas e ampliadas
    especialmente para a exposição. “Algumas já estão amareladas, são de cor sépia,
    por isso ampliamos para 20cm por 30cm para uniformizá-las”.
  • Adrienne ressaltou a importância etnográfica das fotografias como um dos
    atrativos da mostra. “Estes são os primeiros documentos fotográficos do interior
    do país e feitos por um intelectual da envergadura de Mário de Andrade, que é um
    dos responsáveis pela concepção da identidade brasileira do período do
    modernismo”. Segundo ela, os retratos são uma forma de reconhecimento do Brasil
    e a constituição do modernismo no país, que identificava o que é ser brasileiro
    e, ao mesmo tempo, pautar o que é ser brasileiro.
  • “Outro aspecto interessante são as resoluções plásticas a que Mário chega
    nestas fotos. Ele era extremo conhecedor das artes visuais e conhecia a estética
    fotográfica que estava sendo feita na Europa por meio das revistas de fotografia
    e cinema que assinava. Há um interesse etnográfico e histórico, mas também há um
    destaque plástico muito importante, porque é o trabalho de um escritor que usa
    uma máquina simples e consegue extrair ótimo resultado”.
  • As fotos registram o trabalho no campo com a cana, o café e o gado; o de
    populações ribeirinhas no transporte de madeira e alimentos; os mercados dos
    grupos urbanos; as trocas entre citadinos e indígenas; além de referências aos
    trabalhos femininos como a lavagem de roupas. A exposição é gratuita e fica em
    cartaz até o dia 5 de maio.
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