Escola de Saberes de Barbalha agrega diferentes linguagens e culturas

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Por Isabel Costa, de O Povo

Inaugurada em 2016, a Escola de Saberes de Barbalha (Esba) é um centro cultural inovador, unindo várias gerações em apenas um espaço. A proposta é participativa e tem congregado os conhecimentos populares oriundos da região com atividades de outros patamares artísticos. O projeto foi pensando na década de 1990 e, até a concretização do equipamento cultural, muitos sonhos e ideias transcorreram.

Barbalha — explica Juraci Cavalcante Maia, professora universitária e uma das mentoras da escola — é uma cidade que se destaca pelo patrimônio cultural material e imaterial “Por essas qualidades foi que a escolhemos para sediar a primeira Escola de Saberes, como experiência piloto de uma proposta capaz de contribuir para o fortalecimento da transmissão dos saberes tradicionais para as novas gerações, fazendo uma ponte do passado com a contemporaneidade, ao mesmo e tempo em que se abrisse como um espaço cultural e artístico da comunidade”, aponta a estudiosa Juraci, destacando o papel das expressões populares e das manifestações culturais tradicionais como predominantes na cidade.

Os vários andares — que antes serviam como casa de câmara e cadeia — agora são ocupados por cursos, oficinas, exibições de cinema, exposições e leituras. De acordo com o cineasta Rosemberg Cariry, um dos responsáveis pela consolidação do projeto, o intuito é ter, a cada ano, mais participação da população nas atividades. “A Esba veio abrir um espaço de convergência cultural que fazia falta em Barbalha. Por essa razão, tem mobilizado atenção e interesse de muita gente. É de fundamental importância que pessoas de várias gerações participem da Escola, interajam com suas propostas de ação e tragam suas ideias para compor tais ações culturais. Desse modo, elas mesmas se organizam de acordo com a suas necessidades ou interesse nos eventos que consideram importantes para a localidade e região”, diz.

Os planos para 2018 — explica Rosemberg — são inúmeros. Haverá a consolidação da Biblioteca Hidelbrando Espínola, que funciona nas dependências da Esba com acervo composto por mais de 20 mil volumes; uma cordelteca está sendo preparada para atender a população; será criado um núcleo de pesquisas culturais com estudantes das universidades da região; deve acontecer também a segunda edição do Encontros de Culturas, Artes e Saberes dos Sertões — Tradição e Tradução; e será consolidada a oferta de sessões com cinema de arte – gratuitas e regulares.

“Em especial, a Esba começa a colher algo muito precioso com relação ao estímulo dado por ela aos mestres e sítios diversos do município onde as tradições culturais são mais fortes, para criação de pequenas escolas de saberes. Está sendo fundada uma outra Escola de Saberes, a do sítio Lagoa, do Mestre Serginaldo, estando também prevista a abertura da Escola do Barro Vermelho, no correr do próximo ano. Essas Escolas de Saberes nos sítios vão surgindo por iniciativa da própria comunidade e são autônomas. Farias Brito já abriu a sua Escola de Saberes e jovens de outras cidades do Cariri estão se movimentando para também abrir as suas Escolas de Saberes”, explica o cineasta.

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