Em dois livros, Luiz Manfredini revisita anos 60

 

 

 

Em dois livros, Luiz Manfredini revisita anos 60

Autor combina jornalismo e ficção para mergulhar numa das mais importantes décadas do século XX.

 

Em dois livros – As Moças de Minas e Memória de Neblina – o jornalista e escritor paranaense Luiz Manfredini combina jornalismo e ficção para mergulhar na efervescente década de 60, uma das mais importantes do século XX. A edição revisada e atualizada do primeiro livro, publicado originalmente em 1989, será lançada em Curitiba, no próximo dia 19 de junho, no espaço cultural do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo-Sul (BRDE), a partir das 19 horas, como parte das comemorações pelo 40 anos das jornadas de 1968. Já o lançamento do romance Memória de Neblina será no segundo semestre.

Em As moças de Minas, Manfredini narra a dramática história de cinco jovens estudantes presas em Belo Horizonte, em 1969, por suas atividades de resistência ao regime militar – que incluíram sua transformação em operárias e camponesas para despertar as lutas sociais – e os terríveis sofrimentos pelos quais passaram. Ao contar essa história, Manfredini traça um panorama dos anos 60 no Brasil, particularmente pós-64, sob o regime militar.

Luiz Manfredini é jornalista e escritor em Curitiba, onde nasceu em 1950. Trabalhou em O Estado do Paraná, TV Iguaçu, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e revista ISTO É, entre outros órgãos de imprensa. É colunista do portal Vermelho e membro do Conselho Editorial da revista Princípios, editada em São Paulo.

Se em As moças de Minas Manfredini examina os 60 com a lupa da investigação jornalística, em Memória de Neblina o faz com a lente da ficção, descortinando o mundo a um só tempo dramático, suave e até engraçado daquela geração de românticos e rebeldes. Uma comovente história de meninos dos anos 60 que mesclavam sonhos de transformação do mundo com os arroubos lúdicos de sua adolescência ainda carregada de infância.

Obra inestimável

Emiliano José, jornalista, escritor, ex-deputado estadual pelo PT da Bahia e autor, entre outros, do clássico Lamarca, o capitão da guerrilha, assina a orelha de As moças de Minas. E garante: “O romance-reportagem de Luiz Manfredini, que a gente lê de um só fôlego pela força da história e pelo talento do autor, é uma dessas contribuições inestimáveis à compreensão do que a ditadura era capaz de fazer com seus adversários”.

Luiz Manfredini

Segundo Emiliano, “Manfredini escreve com a força do romancista, sem deixar de ser jornalista. Constrói com delicadeza os seus personagens reais, em meio ao terror, ao sangue, à violência desmedida e ao mesmo tempo metódica. Jornalistas como Manfredini não fingem qualquer imparcialidade. Têm lado”. E acrescenta: “Ter lado, no entanto, não o livra da apuração rigorosa, ao contrário. Ele deve procurar a verdade em meio àquele cipoal de fatos aparentemente desconexos. E ele o faz de modo primoroso”.

O livro também entusiasmou a jovem deputada federal gaúcha Manuela d’ Ávila (PCdoB), a mulher mais votada no Brasil para a Câmara Federal em 2006. Ela nasceu mais de 20 anos depois dos acontecimentos narrados em As moças de Minas. “Muitos da minha geração ainda desconhecem o quanto foi preciso lutar – e sofrer – para que o Brasil conquistasse os espaços democráticos que usufrui hoje”, garante Manuela. Para a jovem parlamentar, em sua obra “Luiz Manfredini abre as portas de uma memória dolorosa, mas necessária, para que esse período dramático da nossa história jamais seja esquecido pelos que o vivenciaram e não deixe de ser conhecido pelos mais jovens”.

Email do autor: luiz-manfredini@uol.com.br

 

 

 

 

 

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