Descobrimento do Brasil – Navegar é Preciso


Navegar é preciso

A máxima da escola de sagres embala o espírito aventureiro dos portugueses durante a expansão européia do século XIII ao século XVI

“Navegar é preciso, viver não é preciso”. Essa máxima embalava o espírito aventureiro dos navegantes portugueses durante a expansão européia do século XIII ao século XVI. Era preciso muita coragem para se arriscar em navios de pequeno porte, construídos com mate-riais frágeis. Além disso, pouco se sabia sobre o curso das correntes marítimas e técnicas de navegação, motivos da maio-ria dos naufrágios.

Apesar da precariedade, os portu-gueses eram a maior potência náutica daqueles tempos. Eles aprimoraram e desenvolveram as técnicas de constru-ção dos navios mais modernos dos sé-culos XV e XVI, as caravelas, as naus e os galeões portugueses. Vistos atual-mente como precários, para a época, eram o máximo em evolução. Mesmo assim, a insegurança das embarcações, os ataques dos piratas dos mares e o desco-nhecimento das técnicas de navegações foram as principais causas dos naufrá-gios.

Segundo o historiador Luís Figuei-redo Falcão, 806 navios partiram de Portugal para as Índias de 1497 a 1612. Desses, 620 largaram do Tejo, em Lis-boa, e pelo menos, 381 navios não re-gressaram a Portugal – 285 ficaram no Oriente, 66 naufragaram, 20 arribaram, seis incendiaram e quatro foram toma-dos pelos inimigos.

Dos 66 naufrágios, 31 foram perdi-dos em 1500 e quatro foram da armada de Cabral na missão que descobriu o Brasil.

A partir do descobrimento do ca-minho das Índias (1498/1499), por Vasco da Gama o Ocidente passa por uma revolução econômica e cultural. O descobrimento da rota para as Índias, cobiçado havia mais de 30 anos, abriu o desejado comércio das especiarias. Portugal, até então, não sabia como chegar, por mar. Bartolomeu Dias ao descobrir em 1488 o cabo das Tormentas – dom João II batizou de cabo da Boa Esperança – na ponta da África, pro-vou que os oceanos Atlântico e Índico se juntavam. O Índico era a passagem para a Índia.

Para singrar o Atlântico era preciso conhecimento náutico e embarcações seguras. Os meios para as expedições marítimas foram aprimorando-se. O navio das grandes descobertas, as cara-velas, surgiram com o fim de descobri-mentos.

Eram adaptações dos antigos “caravos” (lagostas) utilizados pelos árabes. As caravelas tinham vários modelos: as lati-nas, de dois mastros com velas triangula-res; e as redondas, com três mastros, ve-las triangulares e mais um mastro com velas retangulares (chamadas de redon-das). As da esquadra de Cabral tinham 22 metros de comprimento, 8 metros de largura e sua maior eficiência, estava na velocidade e facilidade de controle.

Posterior às caravelas vieram as naus, mais velozes e com maior capacidade de carga, mais propícias às trocas comerciais. Tinham 35 metros de comprimento e mais compartimentos.

Verbete – No século XIII, nenhuma civilização conhecia mais que um terço do planeta. O horizonte ocidental era restrito a 30% da superfície das terras e 4% a 5% da superfície dos mares. A china, como o mundo islâmico, conhecia menos que isso. Não havia noção, na antigüidade e Idade Média, de nação e geografia. As civilizações viviam isoladas. Passados os séculos, a aquisição de conhecimentos, principalmente astronômicos, permitiu a expansão européia, atendendo aos interesses da cristandade latina, e dando outra configuração à geografia terrestre.

 

Compartilhar: