Dalton Trevisan 86 anos!

daltonO vampiro de Curitiba esta de aniversario. O maior contista brasileiro continua o mesmo. Faz 86 anos. As histórias de Dalton Trevisan, um dos melhores contistas brasileiros contemporâneos, reproduzem um cotidiano angustioso numa linguagem direta e popular. Dalton Trevisan nasceu em Curitiba PR, em 14 de junho de 1925. Formado pela Faculdade de Direito do Paraná, liderou em Curitiba o grupo literário que publicou, em 1946, a revista Joaquim (em homenagem a todos os Joaquins do Brasil). A publicação, que circulou até dezembro de 1948, continha o material de seus primeiros livros de ficção, entre os quais Sonata ao luar (1945) e Sete anos de pastor (1948). Em 1954, publicou Guia histórico de Curitiba, Crônicas da província de Curitiba, O dia de Marcos e Os domingos ou Ao armazém do Lucas, edições populares à maneira dos folhetos de feira. A partir da gente de sua cidade, chegou a uma galeria de personagens e situações de significado universal, em que as tramas psicológicas e os costumes são agudamente recriados por meio de uma linguagem precisa e de sabor genuinamente popular, que valoriza os mínimos incidentes de um dia-a-dia sofrido e angustioso. Publicou também Novelas nada exemplares (1959), Morte na praça (1964), Cemitério de elefantes (1964) e O vampiro de Curitiba (1965). Isolado dos meios intelectuais, Trevisan obteve, sob pseudônimo, o primeiro lugar do I Concurso Nacional de Contos do estado do Paraná, em 1968. Escreveu depois A guerra conjugal (1969), Crimes da paixão (1978) e Lincha tarado (1980). Em 1994, publicou Ah é?, obra-prima de seu estilo minimalista.

No setor manias, Trevisan esbanja coerência. Não concede entrevistas nem se deixa fotografar, mora na mesma casa térrea de esquina no centro de Curitiba. Só se comunica por telegrama com a editora carioca. Mesmo a distância, envolve-se em detalhes do livro, do corpo à capa. Adquiriu o hábito no início da carreira. Aos 20 anos, foi repórter policial e crítico de cinema. Nas horas vagas, editava a revista literária Joaquim (de 1946 a 1949) e vendia seus contos em folhetos, ilustrados por Poty. Com o aumento da fama e do valor do desenhista, passou a recorrer à querida coleção de postais eróticos alemães antigos para estampar as capas. Gosta de fotos caídas em domínio público.

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