Curitiba Rejeita Homenagem a Alexandre Nero: Cultura na Berlinda?

José Alfredo ( Alexandre Nero )

Proposta de conceder o título de “Vulto Emérito de Curitiba” ao ator global foi rejeitada pela Câmara Municipal, expondo a politização das honrarias e o desprestígio da classe artística.

A Câmara Municipal de Curitiba rejeitou, nesta semana, a proposta da Vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta para conceder ao ator Alexandre Nero o título de “Vulto Emérito de Curitiba”, a mais alta honraria da cidade. A decisão escancara um padrão seletivo nas homenagens: enquanto médicos, engenheiros e advogados nunca enfrentaram resistência para receber títulos similares, artistas, compositores e intelectuais continuam a sofrer com a desvalorização institucional.

Nos bastidores, fontes apontam que a rejeição não se deu apenas pelos méritos artísticos de Nero, mas por sua suposta vinculação a um grupo curitibano historicamente envolvido em disputas culturais e associado à esquerda paranaense. A simbologia política incomodou os setores mais conservadores da cidade, e a falta de articulação da oposição na Câmara contribuiu para o veto ao reconhecimento de um dos grandes nomes da dramaturgia nacional.

O episódio reforça um velho dilema: até que ponto a valorização da cultura está atrelada à ideologia? E por que a arte, diferentemente de outras profissões, continua a ser um campo minado quando se trata de reconhecimento oficial?

Lembrando:

Alexandre, como músico e ator, acumula 50 trabalhos em espetáculos de música, teatro, cinema, TV e dança. É o idealizador e criador da Associação dos Compositores da Cidade de Curitiba, fundada em 1994, ao lado de Raymundo Rolin, Cláudio Ribeiro, Lydio Roberto, Daniel Faria, Ronald Magalhães, Saul, Tatara, Gerson Bientinez, Oswaldo Rios, Rosy Greca, Mari Lopes Franklin, Susi Monte Serrat, Hilton Barcelos, Reinaldo Godinho e outros. Foi integrante do Grupo Fato de 1997 a 2007.
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