Proposta de conceder o título de “Vulto Emérito de Curitiba” ao ator global foi rejeitada pela Câmara Municipal, expondo a politização das honrarias e o desprestígio da classe artística.
A Câmara Municipal de Curitiba rejeitou, nesta semana, a proposta da Vereadora Giorgia Prates – Mandata Preta para conceder ao ator Alexandre Nero o título de “Vulto Emérito de Curitiba”, a mais alta honraria da cidade. A decisão escancara um padrão seletivo nas homenagens: enquanto médicos, engenheiros e advogados nunca enfrentaram resistência para receber títulos similares, artistas, compositores e intelectuais continuam a sofrer com a desvalorização institucional.
Nos bastidores, fontes apontam que a rejeição não se deu apenas pelos méritos artísticos de Nero, mas por sua suposta vinculação a um grupo curitibano historicamente envolvido em disputas culturais e associado à esquerda paranaense. A simbologia política incomodou os setores mais conservadores da cidade, e a falta de articulação da oposição na Câmara contribuiu para o veto ao reconhecimento de um dos grandes nomes da dramaturgia nacional.
O episódio reforça um velho dilema: até que ponto a valorização da cultura está atrelada à ideologia? E por que a arte, diferentemente de outras profissões, continua a ser um campo minado quando se trata de reconhecimento oficial?
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