A história é a de uma moça nem feia nem linda, que um dia sonhou em fugir com um circo que se apresentou em sua cidade. Ela fez as malas, mas o circo já havia baixado as lonas e partido, sem a levar. Por achar que estava sozinha esqueceu seu nome e de onde havia vindo, mas não se esqueceu do circo, pelo qual passou a vida esperando. Esse é o espetáculo Felinda, que será apresentado pela Companhia Carroça de Mamulengos, de 12 de fevereiro a 2 de março, na Caixa Cultural São Paulo.
As apresentações são de quarta-feira a domingo e a entrada é gratuita. O espetáculo traz uma charanga de palhaços, duas duplas de gêmeos, uma bailarina tímida, bonecos reais e seres imaginários que representam as memórias de Felinda, encenadas por um grupo de membros da mesma família e que formam a Companhia Carroça de Mamulengos.
A companhia existe há 38 anos e foi montada por Carlos Gomide. Em 1978 Carlos conheceu Antônio do Babau, mestre bonequeiro que o estimulou a viajar ao Nordeste para aprofundar seu aprendizado. Quatro anos depois Carlos conheceu a atriz Schirley França, que se tornou sua companheira e passou a integrar o grupo. Os filhos nasceram e passaram a integrar a companhia também.
A diretora e produtora da companhia, Maria Gomide, é a filha mais velha e explicou que o espetáculo Felinda foi escrito em conjunto pelo grupo e está em cartaz desde dezembro 2010. “A peça fala da memória de uma senhora que sonhou em fugir com o circo e, por não ter nenhuma habilidade, foi deixada no meio do caminho. Ela enlouquece e segue com suas memórias e o sonho de reencontrar o circo. Esse coletivo de arquétipos retrata sonhos e desejos dentro do imaginário de quase todas as pessoas, afinal quem nunca sonhou em fugir com o circo, que representa uma porta para a liberdade?”.
Maria disse que o grupo já se apresentou nos mais diversos lugares e cada público é de um jeito. “Estamos ansiosos por ir novamente para São Paulo. Na outra ocasião nos apresentamos nas praças públicas e desta vez estaremos dentro de um espaço, o que deve nos trazer novidades”. Serão 16 apresentações com formação de plateia, o que deixa os atores bem otimistas. “Sempre somos bem recebidos pelo público que varia entre idades e diversidade. Temos emocionado muita gente por onde passamos com Felinda”.
Além do espetáculo, o Carroça de Mamulengos oferecerá uma oficina de brinquedos populares (peças artesanais tradicionais de regiões do Brasil, como pião, pipa, boneca de pano). A ideia é trazer ao público brinquedos que os avós construíam para as crianças. “São brinquedos que não brincam sozinhos. As crianças têm que brincar com eles, entrar no imaginário e no mistério desses brinquedos”.
Maria explicou que esses brinquedos são muito ricos porque trabalham com a coordenação motora, com a afirmação da autoestima. “O aprendizado da criança com brinquedos assim tem mais estímulo”. Para participar é preciso se inscrever pelo site www.carrocademamulengos.com.br. Serão disponibilizadas 30 vagas para a oficina que será feita na tarde do dia 1º de março.
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