Carnaval de Bonecos de São José dos Pinhais/Pr.

Eles se definem como filhos do carnaval de Olinda. Todos os anos saem com bonecos gigantes em um desfile que já marcou tradição na programação da folia na Grande Curitiba. Hoje, o Carnaval de Bonecos de São José dos Pinhais chega à sua 13.ª edição. Serão 35 bonecos gigantes, outros 25 gigantes-mirins (que serão levados por crianças) e um total de 1,2 mil foliões distribuídos em dez alas que vão cantar e dançar o tema “Alegria, Alegria”, escolhido para este ano.

O carnaval da cidade, antes restrito a bailes particulares, teve início em 1999 como uma “brincadeira”, conta o carnavalesco Patrik Oliveira. A festa, antigamente incentivada apenas pela Secretaria de Cultura do município, ganhou adeptos de vários bairros da cidade. “Aos poucos, a festa foi ganhando cada vez mais pessoas, em especial as crianças, que se interessam pelos bonecos gigantes”, diz.

Montagem requer muitos detalhes

Apesar dos quatro metros de espumas, tecidos, tintas e arames, a preparação de um boneco gigante demora quatro dias, em média. A montagem começa por uma espécie de esqueleto, formado por uma estrutura de alumínio. Depois, é hora de dar forma ao boneco, que ganha braços, pernas e um rosto. Por último, fazem a roupa e deixam tudo preparado para levar o item para a avenida. “Alguns demoram mais por causa dos detalhes do rosto e da roupa. Bonecos com rosto envelhecido precisam de mais detalhes”, diz o coordenador artístico da festa, Ricardo Bittencourt.

O grupo que vai às ruas no sábado é dividido em dez alas, cada uma com bonecos à frente que simbolizam o tema da festa. Personagens infantis, como Chapolin e Turma do Chaves, além de outros ícones do humor e da tevê como Dercy Gonçalves, Silvio Santos, Mazzaropi e Charles Chaplin, vão desfilar para a plateia são-joseense. “Nós reaproveitamos as estruturas para outros carnavais, por isso pouco se perde”, disse Bittencourt.

Mesmo com a rapidez em uma das peças, o trabalho de montagem de bonecos e os demais detalhes do carnaval exigem empenho o ano todo. “Os trabalhos se intensificam quando o carnaval se aproxima, mas as ideias de tema, fantasias e alegorias já acontecem dias depois da última apresentação”, disse Lisandro Vieira, membro da equipe de coordenação do carnaval.

Para 2012, uma equipe de 35 pessoas, entre voluntários, funcionários da prefeitura, artistas contratados e estagiários, se empenhou na montagem e preparação dos 60 bonecos e de fantasias para o desfile.

Comunidade

Carnaval simples, mas receptivo. É assim que os moradores que participam do desfile definem a festa. A psicóloga Cleonice Souza Santos, responsável por levar duas alas para a avenida neste ano, já acompanhava a festa antes, como espectadora. “O carnaval é mais bonito por ser de bonecos e não são empresas que fazem. Nós é que damos o nosso tom”, ela diz sobre a participação da comunidade.

A aposentada Maria Aparecida Gonçalves Cerqueira, conhecida como Dona Cida, é carioca e se diz uma apaixonada pela festa são-joseense. Ela, que mora há 20 anos em São José dos Pinhais, não troca a festa pelo carnaval do Rio de Janeiro. “O carnaval do Rio é muito concentrado nas escolas de samba. Em São José é a família quem faz e as comunidades”, compara.

Na 13.ª edição da festa, a Dona Cida ficou responsável pela organização da ala Pierro, Arlequim e Colombina. Apesar de precisar de dezenas de pessoas para desfilar fantasiadas na ala, a aposentada garante que não foi difícil conseguir voluntários para participar do carnaval. “Eu coloquei cartazes nos mercados e lojas, chamei as pessoas em casa, mas todos já me conhecem e gostam do carnaval daqui”, comenta.

As crianças

Um dos públicos mais fiéis da festa, que prestigia e desfila, são as crianças e os adolescentes. A abertura do carnaval e uma das alas será formada apenas pelos pequenos foliões. Nas comunidades de São Judas Tadeu e do Jardim Independência, a psicóloga Cleonice diz que eles são os mais empolgados com os festejos. “Eles estão muito interessados e a todo tempo querendo saber mais dos detalhes da festa.”

A psicóloga, que também é presidente da ONG Centro Integrado de Psicologia e Psiquiatria, incentiva os pequenos foliões a participar de oficinas e treinamentos para se preparar para o carnaval em fevereiro. As crianças tiveram aulas de dança e percussão com um grupo de maracatu. “Eles participaram de aulas durante todo o mês de janeiro e isso ajudou para que se integrassem mais com a festa e com a comunidade.”

Serviço:

Carnaval de Bonecos de São José dos Pinhais 20h Rua Voluntários da Pátria, Centro, próximo ao Shopping São José. Entrada gratuita.

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