Brasil indica “2 Filhos” para o Oscar-2006

“É o Amor” em Hollywood? Um júri formado por sete críticos brasileiros de cinema torce que sim. Eles escolheram “2 Filhos de Francisco”, de Breno Silveira, como o candidato nacional que vai disputar a indicação do Oscar-2006 de melhor filme estrangeiro.

O longa-metragem, destaque na bilheteria do cinema nacional neste ano, narra a história da dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano, que assina “É o Amor”. A divulgação da escolha ocorreu ontem no MinC (Ministério da Cultura), em Brasília.

Os cinco finalistas da categoria serão conhecidos em 31 de janeiro do ano que vem. O Oscar ocorre em março, em Los Angeles.

Silveira festejou a indicação. “Estou muito feliz. Não esperava que ele [o filme] fosse tão longe. A resposta do público também foi muito além do que imaginava.” O longa já fez 2,6 milhões de espectadores e deve ultrapassar facilmente já na semana que vem a marca dos 3 milhões.

Para o cineasta, dois elementos de seu filme podem seduzir a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, organizadora do Oscar. “É a história de um cara que sai do nada e vence, que tem a ver com o sonho americano, os vencedores que eles tanto prezam”, avalia ele.

“Também é um filme que pega pela emoção, que toca platéias muito diferentes, que fala para o coração”, diz Silveira.

Outros fatores, segundo o diretor, podem cativar os acadêmicos, como o foco em personagens ainda na infância e a estrutura clássica. “Concorrentes como “A Vida É Bela” e “Billy Elliot” [em outras categorias] tinham crianças em papéis decisivos. A narrativa clássica e o final feliz são pontos a favor.”

Consenso
O júri, formado por Andréa França, Jaime Biaggio, João Carlos Sampaio, Maria do Rosário Caetano, Rubens Ewald Filho, Sérgio Moriconi e Paulo Santos Lima (colaborador da Folha), teve uma decisão consensual, segundo a reportagem apurou.

Entre os 12 filmes, a decisão final ficou entre “2 Filhos…”, “Casa de Areia”, de Andrucha Waddington, e “Quase Dois Irmãos”, de Lúcia Murat. Após cerca de duas horas de discussão, o filme de Silveira se impôs entre os jurados como o candidato brasileiro com mais chances de ser contemplado com uma estatueta.

O Brasil nunca ganhou um Oscar de filme estrangeiro. O último indicado nessa categoria, “Central do Brasil”, de Walter Salles, em 1999, foi batido por “A Vida É Bela”, do italiano Roberto Benigni. No ano passado, “Olga”, de Jayme Monjardim, foi escolhido como representante brasileiro, mas não esteve entre os finalistas.

 

 

 

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