Em 1903, quando José do Patrocínio resolveu comprar um Serpollet, o automóvel estava longe de ser um produto de massa no país. Pouquíssimos veículos circulavam pelas ruas e estradas brasileiras, não existiam leis regulamentando o trânsito e tudo dependia do bom senso dos condutores. Foi nesse cenário que ocorreu o primeiro acidente de automóvel do Brasil, envolvendo o dono do carro e seu amigo, o poeta Olavo Bilac.
Patrocínio teve a infeliz ideia de ensinar o poeta a dirigir. Para desespero dos cariocas, foram os dois no Serpollet a vapor, Bilac ao volante, na mão inglesa e Patrocínio no banco de passageiro dando instruções.
Por alguns quilômetros o poeta conduziu o veículo um tanto quanto desgovernado, deixando os transeuntes de cabelo em pé.
Então, numa curva, à incrível velocidade de três quilômetros por hora, Bilac perdeu o controle da direção e atingiu em cheio uma árvore. O Serpollet partiu o tronco e caiu no barranco.
Os dois aventureiros saíram ilesos do acidente, sendo a inocente árvore, a única vítima do ocorrido.
O Serpollet, entretanto, deu perda total e Patrocínio perdeu o seu automóvel importado.
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