Os organizadores da quinta edição da
Bienal do Mercosul anunciaram nesta semana a lista dos
mais de 170 artistas convidados, de sete países da América
Latina e mais quatro artistas representando a Europa e os
Estados Unidos. Só do Brasil são 87 representantes, número
recorde da Bienal.
O evento, que acontece em diversos espaços da cidade de
Porto Alegre entre 30 de setembro a 4 de dezembro, terá nesta
edição o tema “Histórias da Arte e do Espaço”.
“Escolhi um tema aberto e clássico da História da Arte, a
questão do espaço, para permitir livres abordagens tanto pelos
artistas como pelos curadores dos diversos países
participantes”, disse o curador-geral, Paulo Sergio Duarte, em
comunicado à imprensa.
A bienal estará dividida em quatro mostras, duas delas
subdivididas em núcleo histórico e núcleo contemporâneo,
misturando nacionalidades e gerações de artistas.
A primeira parte será destinada às esculturas e
instalações, enquanto a segunda irá apresentar novas técnicas,
desde fotografia e vídeo até meios digitais. Pinturas e
intervenções públicas serão os temas das outras duas.
Entre os artistas da primeira mostra, que terão seus
trabalhos expostos no Santander Cultural, estão brasileiros
consagrados, dentro do Núcleo Histórico, como Hélio Oiticica,
Lygia Clark, Lygia Pape, Franz Weissmann (morto no mês passado)
e Amílcar de Castro.
Dos estrangeiros, participam o suíço Max Bill, o mexicano
Ulises Carrión e o uruguaio Américo Spósito. No núcleo
contemporâneo, participam os brasileiros Laura Vinci, Anna
Maria Maiolino, Artur Lescher e Carlos Fajardo, ao lado do
boliviano Marcelo Callaú, da chilena Mariela Leal, do argentino
Sandro Pereira, entre outros.
Dos 11 trabalhos de intervenções escolhidos, apenas dois
são de artistas de fora do Brasil — Bettina Brizuela, do
Paraguai, e Mario Sagradini, do Uruguai. Quatro dessas obras
ficarão permanentes na cidade — Carmela Gross, José Resende,
Mauro Fuke e Waltércio Caldas. Os outros trabalhos são de Iran
do Espírito Santo, Nelson Felix, Nuno Ramos, Paulo Vivacqua e
Siron Franco.
Em “Direções no Novo Espaço”, mostra de novas tecnologias,
há apenas artistas contemporâneos, como a argentina Alessandra
Sanguinetti, a chilena Claudia Missana, o mexicano Guillermo
Gómez-Peña e os brasileiros Miguel Rio Branco, Tunga, Enrica
Bernardelli, Jaílton Moreira e Diana Domingues.
A quinta Bienal apresentará também uma exposição especial
chamada “Fronteiras da Linguagem”, com a presença de quatro
artistas de fora da América Latina– Ilya e Emilia Kabakov
(Rússia-EUA), Pierre Coulibeuf (França), Marina Abramovic
(Iugoslávia-Holanda) e Stephen Vitiello (EUA).
O homenageado do ano será o mineiro Amílcar de Castro,
falecido em 2002, com uma retrospectiva na Usina do Gasômetro.
(Por Fernanda Ezabella)