O Pavilhão do Brasil na 55.ª edição da Exposição Internacional de Arte de Veneza apresenta um projeto que reúne obras de artistas brasileiros, relacionando-as com peças de estrangeiros para sublinhar “o espírito de abertura da cultura brasileira”.
O Pavilhão do Brasil está localizado na zona dos Giardini, em Veneza, tendo como vizinhas as representações oficiais do Egito, Veneza, Servia e Polónia.
Intitulado “Dentro/Fora”, o projeto – que remete para esta ligação entre a produção artística brasileira e estrangeira – é comissariado por Luís Terepins, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, e tem como curador Luis Pérez-Oramas e como co-curador André Severo.
Hélio Fervenza e Odires Mlászho foram os artistas brasileiros convidados a criar obras inéditas para a mostra, depois relacionadas pelos curadores com obras de Lygia Clark, Max Bill e Bruno Munari.
No interior, as obras estão divididas entre duas salas: há fotografias, objetos e instalações.
Num texto descritivo no interior, os curadores assinalam que “o dentro e o fora colidem com os esteios da arte e do pensamento contemporâneos ao corporificar uma das mais fortes narrativas originárias da modernidade brasileira: a de uma cultura constituída por uma incessante e criativa metabolização do outro”.
Os artistas brasileiros convidados – ambos nascidos no início da década de 1960 – produziram “obras densas, sustentadas por uma sistemática utilização da inteligência formal, e as suas obras, complexas e ricas, merecem uma receção mais estudada por parte da crítica”, defendem os curadores do projeto.
O Pavilhão do Brasil é uma das 88 representações nacionais da Bienal de Arte de Veneza 2013, onde também se incluem o Pavilhão de Portugal e de Angola, do universo lusófono.
Angola conquistou este ano o Leão de Ouro da Bienal de Veneza, o prémio mais importante deste certame internacional dedicado à arte contemporânea que abriu sábado ao público em geral e vai ser acompanhado por cerca de 4.500 jornalistas de todo o mundo acreditados pela organização.
O evento internacional de arte contemporânea tem como tema geral “O Palácio Enciclopédico”, escolhido pelo curador Massimiliano Gioni, para evocar o artista ítalo-americano Marino Auriti, que, em 1955, esboçou um projeto de museu imaginário, com a intenção de reunir todo o conhecimento do mundo, desde a invenção da roda ao satélite.
Além das representações nacionais, a Bienal integra ainda a mostra internacional com obras de 150 artistas de 37 países, e uma programação paralela de dezenas de debates e eventos culturais, até 24 de novembro.
Nesta edição da Bienal de Veneza, Portugal é representado pelo projeto “Trafaria Praia”, da artista Joana Vasconcelos, comissariado por Miguel Amado, numa organização da Direção-Geral das Artes, entidade tutelada pela Secretaria de Estado da Cultura.
Este ano, participa no certame, e em exposições paralelas, um número significativo de artistas portugueses, nomeadamente João Maria Gusmão em conjunto com Pedro Paiva, Rui Chafes, Pedro Costa, e Pedro Cabrita Reis.
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