Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica afirma que demanda por computadores tem certa dependência da oferta de crédito e da taxa de juros.
A alta do dólar e a desaceleração do crédito podem afetar um dos pilares de crescimento da internet brasileira em 2008: a classe C, segundo previsões da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).
“Nossa demanda (por micros) tem certa dependência do crédito disponível e da taxa de juros, principalmente para classes mais baixas. Durante 2008, tivemos uma forte inclusão digital da população brasileira, com máquinas financiadas a prestações atrativas. Este crédito pode ser reprimido e a demanda pode cair”, afirma Hugo Valério, diretor da área de informática da Abinee.
O crescimento da participação da classe C online decorre de uma conjunção entre estabilidade financeira, abundância de crédito e máquinas disponíveis a preços acessíveis.
Segundo dados da Cetelem, foram, no mínimo, 6 milhões de novos internautas provenientes da classe C nos últimos três anos, com crescimento acentuado em 2008.
Dados baseados na Pnad, do IBGE, indicam que o número de PCs domésticos entre os que ganham até 10 salários mensais mais que triplicou em três anos, enquanto a cifra dos que faturam mais de 20 salários se manteve estável no período.
A crise “não vai poder durar muito tempo. Não há como viver em uma situação tão instável. É difícil adivinhar como ou quando vai estabilizar. O que podemos prever é que o dinheiro deve ficar mais escasso”, prevê Valério.
A desaceleração econômica será sentida, diz ele, a partir de 2009. O executivo acredita que a crise financeira mundial não deve afetar as vendas de eletrônicos no final deste ano. A Abinee não pretende rever sua estimativa de crescimento do setor, situada em 15%.