A Feira e o Frevo

 

 


 

De caráter experimental, mas com promessa inovadora, a Feira Música Brasil (FMB) foi lançada hoje (dia 18 de janeiro), no Rio de Janeiro, durante entrevista coletiva à imprensa, com um pacote inédito de ações para a promoção e a difusão da música brasileira.

Às vésperas do Carnaval, entre os dias 7 e 11 de fevereiro, em Recife, a FMB reunirá mais de mil investidores, músicos, especialistas do Brasil e do exterior.

A iniciativa é promovida pelo Ministério da Cultura (MinC) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com realização pela Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), patrocínio da Petrobras e parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), a Prefeitura de Recife e o Governo de Pernambuco.

A Feira funcionará como grande vitrine da música brasileira, com a realização de diversos shows de artistas e novos talentos, de rodadas de negócios com patrocinadores e investidores brasileiros e estrangeiros, lançamentos de novos nomes da música nacional, além de estandes com CDs, DVDs e clipes audiovisuais de todo Brasil.

Realizada nos moldes das grandes feiras internacionais de música, a FMB 2007 deve aportar pelo menos US$ 1,5 milhão para o país em negócios de exportação, segundo informou Carlos de Andrade, presidente da Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), um dos realizadores do evento.

“Com participação ativa nessas feiras, o Brasil tem movimentado grandes negócios, só que lá somos apenas um em um milhão. A inovação é que, ao fazer um evento similar no Brasil, ampliamos significativamente as perspectivas de negócio”, explicou Andrade. Ele informou que, no ano passado, em uma das maiores feiras internacionais, o MIDEM (Mercado Internacional de Música), em Cannes, nossa participação gerou negócios que trouxeram US$ 1,675 de retorno para o Brasil.

“Nessa primeira edição da Feira em Recife, pretendemos igualar ou duplicar essa cifra”, completou Andrade. A coordenadora do evento e do Programa de Desenvolvimento da Economia da Cultura do MinC, Paula Porta, explicou os motivos dessa opção do governo. “até então, investíamos para enviar alguns artistas e grupos para feiras internacionais. Com a Feira Música Brasil, o governo inverteu o processo, pois ao trazer compradores para o país, passa a permitir acesso a um leque muito maior da produção nacional”, explicou.

“A diferença é que, agora, os compradores vêm direto para a fábrica”, resumiu o ministro da Cultura, Gilberto Gil, com o humor habitual que o levou até a cantar trechos da canção “O Micróbio do Frevo”, um sucesso dos anos 50, na voz de Jackson do Pandeiro, que Gil gravou para um CD que comemora os cem anos do frevo.

O ministro da Cultura participará da Feira todos os dias e já prometeu cantar no cortejo que marcará o Centenário do Frevo, no dia 9 de fevereiro. “Nesse mesmo dia, o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan se reunirá para analisar o pedido de registro do Frevo como Patrimônio Imaterial Cultural brasileiro. Esperamos então uma dupla comemoração neste dia: o registro e o centenário!”, afirmou Gil.

A Feira Música Brasil deve reunir 40 mil pessoas em 35 shows de artistas selecionados por edital público e convidados, incluindo Martinália, Rita Ribeiro, Moraes Moreira, entre outras representantes da MPB.

“Os artistas foram selecionados por um comitê de especialistas brasileiros e estrangeiros, que avaliaram questões como qualidade do produto, capacidade profissional (organização/planejamento) para realização de negócios e diversidade de genêro e região”, explicou Paula Porta, coordenadora da Feira e assessora do ministro da Cultura. “Recebemos 300 inscrições e não houve inscrições, por exemplo, de músicos de funk e forró, ou de músicos de algumas regiões do país. Dessa forma, o comitê decidiu acrescentar dez artistas convidados para assegurar a diversidade do evento”, completou.

Informações sobre a FMB: www.feiramusicabrasil.com.br ou (55-21) 2215-8910/2210-1911.

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