A cultura do mundo em Porto Alegre
A diversidade criativa dos povos do mundo recheia a programação cultural do Fórum Social Mundial 2005. São 100 shows de música; 41 espetáculos teatrais, 13 apresentações de dança e sete oficinas de teatro; 85 exposições de artes plásticas, fotografia e vídeo-instalações; 150 filmes e vídeos além de dezenas de manifestações espontâneas em todo o Território Social Mundial. “O papel da cultura nesse fórum é o de dialogar com o mundo através da arte”, destaca um dos coordenadores culturais do encontro, Marcos Barreto.
Quatro grandes projetos
Para organizar as mais de 400 atividades artísticas, a coordenação Cultural do Fórum elaborou quatro grandes projetos: Museu Vivo da iversidade, Diálogos de Rua, Mostra Intercontinental de Cinema e Memória Instantânea (Armazém A7 do Cais do Porto). Este último foi realizado durante o III FSM e agora se apresenta ampliado na quinta edição do encontro. “Serão disponibilizadas oito ilhas de edição, funcionando 20 horas por dia, para finalização de material audiovisual, sem qualquer custo”, informa Marcos Barreto, coordenador da Comissão de Cultura.
O objetivo do projeto é contribuir para a construção da memória coletiva do Fórum Social Mundial. O material produzido será exibido no Museu Vivo da Diversidade (Anexo do Armazém A, ao lado do Pórtico Central do Cais do Porto), outro grande espaço de manifestação cultural. Lá será realizada, entre outras atividades, a mostra de resultados da oficina com os bonequeiros australianos Snuff Puppets, iniciada no dia 14 deste mês, além de diversas exposições, oficinas, atividades de grafitagem e performances.
Também integrante dos projetos guarda-chuva, o Diálogos de Rua trabalha com a descentralização do Fórum, permitindo outras formas de diálogo entre o evento e a comunidade local. Vários palcos móveis garantirão que a construção de diálogos aconteça por meio do contato com diferentes linguagens (música, teatro e manifestações), levando as propostas do FSM para os bairros de Porto Alegre. E a sétima arte, reunida na Mostra Intercontinental de Cinema e Vídeo, apresentará filmes vindos de todo o Brasil, Argentina, Canadá, Índia, Espanha, África, China, entre outros. A mostra ocupa duas salas da casa de Cultura Mario Quintana, além da Sala de Cinema PF Gastal, na Usina do Gasômetro; a Sala de Cinema e Multimeios do Santander Cultural; e o Auditório Dante Barone, da Assembléia Legislativa. Integram a programação cinematográfica as mostras Jean Rouch, Cinema ao Ar Livre, Especial: Ao Sul do Cinema – 20 anos do Fond Sud, Outros Mundos Estão Respirando – 2005, Operária do Cinema Brasileiro, dos Direitos Humanos, além dos vídeos inscritos no FSM.
Teatro
As peças de teatro ocuparão a Sala Álvaro Moreira e o Teatro Renascença, além do Arena Oduvaldo Vianna Filho, que está sendo instalada ao lado do Museu do Trabalho, além da grande movimentação dos espetáculos que acontecerão em todo o Território Social Mundial. “Teremos performances, teatro de rua, danças folclóricas, contação de estórias e declamações”, destaca o responsável pela programação teatral do Fórum, Breno Ketzer. Conforme ele, “a Arena Oduvaldo Vianna Filho será uma referência e também um ponto de encontro dos teatreiros que circularão no Fórum”.
Palcos
Haverá 12 palcos pequenos e dois grandes: Mario Lago (atrás do Anfiteatro Pôr do Sol, na Orla do Guaíba) e Compay Segundo (no Largo Glênio Peres). Os dois espaços medem 12 por 10 metros, têm capacidade de som para 30 mil pessoas e podem abrigar bandas com até 12 integrantes. Em todas as noites do Fórum acontecerão apresentações, só que em horários diferentes: no palco Compay Segundo, sempre às 19h e no Mario Lago a partir das 21h, para não atrapalhar as atividades e discussões dos espaços temáticos.
Para Ben Berardi, que coordena as atividades culturais, “pela primeira vez, a cultura assume uma transversalidade tanto espacial quanto temporal no Fórum, pois estará presente em todos os espaços temáticos e não mais confinada aos locais considerados específicos para a cultura”. Para ele, o diferencial da programação 2005 é abranger a diversidade tanto de gêneros expressivos quanto de culturas. Ben destaca que “neste Fórum haverá um encontro entre o tradicional, através de apresentações folclóricas, com o que está sendo produzido de mais atual no cenário artístico.”
Mais de 150 povos indígenas
Pela primeira vez, os povos indígenas participam do Fórum Social Mundial (FSM) com uma programação específica e organizada pelas entidades que os representam. Eles vão protagonizar o Puxirum de Artes e Saberes Indígenas. Cerca de 150 povos estarão representados no evento, que será realizado numa tenda instalada no Parque Marinha do Brasil. A agenda será intensa durante todos os dias do Fórum, começando às 6h, com a realização de cerimônias espirituais, e se estendendo até a noite. A programação cultural será distribuída aos participantes junto com o caderno do Fórum Social Mundial e já está disponível no site do Fórum http://www.forumsocialmundial.org.br (sujeita a alterações).