Ouça “História Hoje” 17/04/: Massacre de Eldorado dos Carajás completa 22 anos

No dia 17 de abril de 1996 ocorreu no Pará o Massacre de Eldorado dos Carajás, um dos mais sangrentos episódios de violência da história do país que resultou na morte 19 pessoas, centenas de feridos e 69 mutilados.

Apresentação José Carlos Andrade

 

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O confronto ocorreu quando 1.500 sem-terra iniciaram uma marcha rumo a Belém, capital do Pará, em protesto que pedia rapidez na reforma agrária.

 

Violência no campo e impunidade

 

O massacre de Eldorado dos Carajás não é um episódio isolado. Ele tornou-se símbolo do padrão recorrente de violações de direitos humanos e injustiças cometidas contra camponeses, trabalhadores e trabalhadoras rurais, povos indígenas e populações tradicionais como quilombolas, pescadores, ribeirinhos, seus advogados e defensores de

 

direitos humanos engajados nas lutas pelo direito à terra e recursos naturais no Brasil. A Anistia Internacional Brasil tem acompanhado em especial o caso de Laísa Santos Sampaio. A irmã e o cunhado (Maria e José Claudio do Espirito Santo) de Laísa foram assassinados em maio de 2011 em Marabá, Pará, por sua denúncia da grilagem de terras e destruição da floresta. Desde então, Laísa está ameaçada de morte.

 

Em 2015, o Brasil registrou o maior número de mortes por conflitos por terra dos últimos 12 anos. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) registrou 50 assassinatos, 144 pessoas ameaçadas e 59 tentativas de homicídio em conflitos no campo. Os estados de Rondônia, Pará e Maranhão concentram 90% desses casos.

 

Somente no estado do Pará, entre 1964 e 2014 (40 anos), foram registrados 947 assassinatos de trabalhadores rurais, lideranças, religiosos e advogados. As regiões sul e sudeste do estado apresentam os índices mais altos de violência e concentram a maioria dos assassinatos de trabalhadores e lideranças ruais.

 

A impunidade estimula a continuidade destes crimes. Dos 40 municípios do sul e sudeste do Pará, 30 possuem taxa de 100% de impunidade em relação aos assassinatos de trabalhadores rurais nos últimos 43 anos.ii “São raros os casos de assassinatos no campo que vão a júri, mais raro ainda que os responsáveis sejam condenados, e muito mais raro que os condenados cumpram pena. A impunidade, a lentidão nas desapropriações e no cumprimento das demarcações de terras previstas na Constituição Federal favorecem a violação de direitos fundamentais”

 

História Hoje: Programete sobre fatos históricos relacionados às datas do calendário. Vai ao ar pela Rádio Brasil Cultura de segunda a sexta-feira.

 

 

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