18 de novembro de 1814:Morre Aleijadinho, o artista familiarizado com a dor

A vida de Aleijadinho sempre esteve à mercê de histórias contadas pelo povo. Embora muitos historiadores tenham se dedicado em resgatar passagens de sua biografia, ainda há incertezas e contradições. Unânime, contudo, é a importância de sua contribuição ao Barroco mineiro e o legado deixado para a história da cultura brasileira.

Antônio Francisco Lisboa nasceu em 29 de agosto de 1738, no arrabalde de Bom Sucesso, em Vila Rica, filho bastardo de Manuel Francisco Lisboa, arquiteto português, e de sua escrava Isabel, sendo alforriado pelo pai no ato do batismo. Durante a infância frequenta um internato, onde dedica-se aos estudos. Já na adolescência , aprende o ofício de entalhar. O seu primeiro projeto é um desenho a sanguínea para o chafariz do pátio do Palácio dos Governadores, na Praça Tiradentes, em Ouro Preto feito em 1752.

Exímio detalhista, aproveita até as viagens para a evolução da sua linguagem artística. E continua a produzir suas obras empreendendo sua experiência como marceneiro, entalhador, escultor e, mais tarde, de arquiteto. Imagens sacras, chafarizes, altares, entre outras intervenções de características arquitetônicas.

No ano de 1768, Alista-se no Regimento da Infantaria dos Homens Pardos de Ouro Preto e pelos três anos seguintes presta serviço militar conciliando com intensa produção artística, de caráter religioso na sua maioria. O ritmo de atividades se mantém pela década seguinte, quando descobre-se portador de uma grave doença degenerativa. É o início de um sofrimento que viria a lhe deformar o corpo, em particular as mãos. As atividades em nome da arte, contudo, não são interrompidas. Pelo contrário, há sempre encomendas a providenciar. Os pedidos vem de toda parte: Ouro Preto, Congonhas, Mariana, Sabará, Tiradentes…

A partir de 1790, os evidentes sinais de sua doença motivam o apelido de Aleijadinho. A essa altura, seu legado já está presente em grande parte da arquitetura das Minas Gerais.

Em 1812, perde sua capacidade motora e passa a depender extremamente de cuidados de terceiros. Indigente e quase cego, transfere-se da casa em que morava para a casa da nora, onde permanece entrevado numa cama nos seus dois últimos anos de vida. Falece em 18 de novembro de 1814. Uns dizem que com 84 anos, embora conste 76 anos no seu registro de óbito.

  

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