Desde “Carlota Joaquina”, em 1995, estatal já apoiou mais de 600 produções e prevê investir R$ 100 milhões até 2027 para fortalecer o audiovisual nacional.
O cinema brasileiro não seria o mesmo sem a Petrobras. Em três décadas, a parceria entre a estatal e o audiovisual resultou em mais de 600 filmes apoiados, que ajudaram a construir a memória e a identidade cultural do país. O marco foi celebrado no evento “Petrobras e o Cinema Brasileiro: 30 Anos de História”, realizado na Cinemateca do MAM, no Rio de Janeiro, com nomes de peso como Rodrigo Santoro, Marina Person, Flávio R. Tambellini e Silvia Cruz.
“Cinema é história, é educação, é arte. E a arte transforma as pessoas”, destacou Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos da Petrobras, na abertura do evento.
A retomada com “Carlota Joaquina”
O pontapé inicial dessa trajetória foi dado em 1995, com o patrocínio ao clássico “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil”, de Carla Camurati. O longa marcou o início da chamada retomada do cinema nacional após uma década de retração e acaba de ser relançado em versão remasterizada 4K — novamente com apoio da Petrobras.
“Recebemos uma proposta da Carla Camurati num momento em que o cinema brasileiro precisava de energia. E nós temos essa energia”, recordou Milton Bittencourt, gerente de Patrocínios Culturais da Petrobras. Segundo ele, o sucesso de “Carlota Joaquina” mudou a forma como a estatal passou a ser vista: “Seguimos fortes no audiovisual, em festivais por todo o Brasil e com novos filmes em produção”.
R$ 100 milhões até 2027
A estatal anunciou que continuará a investir no setor, com R$ 100 milhões destinados até 2027 para filmes, séries, festivais e espaços culturais. Para a cineasta Marina Person, mediadora do evento, o investimento é essencial: “Um país é feito de suas histórias e de sua produção cultural. O cinema tem esse papel, inclusive de levar nossa imagem para fora do país”.
“Não existe país forte sem cinema forte”
Entre os lançamentos recentes apoiados pela Petrobras está “Malês”, novo filme de Flávio Tambellini, que narra o maior levante de pessoas escravizadas da história do Brasil. O longa já despertou interesse de universidades como Harvard e Princeton. “Não existe país forte sem um cinema forte”, afirmou Tambellini. “O cinema é uma política de Estado. O que sentimos hoje é resultado da visão de quem acreditou lá atrás”.
A distribuidora Silvia Cruz, da Vitrine Filmes, relembrou que criou a empresa para levar o cinema autoral brasileiro a mais pessoas. Hoje, a Vitrine é responsável por sucessos internacionais como “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho, estrelado por Wagner Moura — vencedor em Cannes e representante do Brasil no Oscar 2026.
O ator Rodrigo Santoro, protagonista de “O Último Azul”, também premiado no Festival de Berlim, destacou: “Depois que um filme está pronto, há todo um processo de distribuição. Essa contribuição é essencial para que ele chegue aos cinemas e aos festivais”.
Três décadas de grandes histórias
De “Carlota Joaquina” a “Bacurau”, passando por “Cidade de Deus”, “Bicho de Sete Cabeças” e “O Menino e o Mundo”, o apoio da Petrobras ajudou a projetar o Brasil no cenário mundial. Mais do que investimento, é uma aposta contínua na cultura, na criatividade e no poder de contar nossas próprias histórias.
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