Reconhecida com Indicação Geográfica, a aguardente de Morretes preserva séculos de história, movimenta a economia local e simboliza a força dos produtos paranaenses de origem.
Entre o aroma da cana-de-açúcar recém-moída e o silêncio cortado pelo barulho dos alambiques, nasce um dos símbolos mais fortes da cultura paranaense: a cachaça de Morretes. Muito além de uma bebida, ela é um patrimônio que reflete a história, o saber-fazer artesanal e o valor de uma comunidade inteira.
O reconhecimento veio oficialmente com o selo de Indicação Geográfica (IG), concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Esse certificado atesta que a aguardente produzida no município litorâneo não é apenas cachaça: é a cachaça de Morretes, um produto com identidade própria e tradição secular.
A IG garante ao consumidor a certeza de estar diante de algo único, ligado diretamente ao território onde nasceu. No caso da cachaça morretense, a qualidade vem da combinação de fatores naturais – como o clima úmido e a água pura que desce da Serra do Mar – e humanos, resultado de gerações que dominam o ofício de destilar a cana.
No Paraná, já são 13 produtos com registro de Indicação Geográfica, entre alimentos, bebidas e artesanatos, colocando o estado como o terceiro do País em número de certificações. Cada selo é uma forma de preservar tradições, fortalecer economias locais e abrir espaço para que comunidades sejam reconhecidas pelo que produzem de mais autêntico.
Em Morretes, o impacto vai além das garrafas que cruzam o Brasil e o mundo. A cachaça fomenta o turismo, impulsiona pequenos produtores e resgata um orgulho histórico que transforma a bebida em símbolo da região. “A cachaça é nossa identidade engarrafada”, resumem os mestres alambiqueiros.
Esta reportagem faz parte de uma série especial que apresenta os 13 produtos paranaenses com Indicação Geográfica e mostra como cada um deles contribui para manter vivas tradições e fortalecer comunidades.
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