Filme mostra como o capital destrói o sentido de humano

 

Em tempos de isolamento social em defesa da vida, dá para assistir filmes que refletem sobre a realidade do mundo contemporâneo com a temática da exploração da força de trabalho por uma burguesia cada vez mais ávida de concentração e acúmulo de riquezas.

O mais recente filme do cineasta britânico, Ken Loach desmonta qualquer tese sobre o fim da história com supremacia do capital sobre o trabalho. “Você Não Estava Aqui” (“Sorry We Missed You”, título original em inglês), de 2019, que estreou no Brasil em fevereiro deste ano, mostra de forma realista as agruras enfrentadas com a superexploração da força de trabalho no capitalismo do século 21.

Essa exploração leva as pessoas ao limite de resistência física e psicológica por causa da exaustão de 14 horas de trabalho por dia. Predomina a tese de um suposto empreendedorismo que acarreta um esforço brutal para conseguir uma remuneração compatível com a dignidade.

No mundo contemporâneo, o capital mascara sua exploração com as teses de empreendedorismo e meritocracia para sugar ao máximo quem vive do trabalhe e assim elevar às alturas os lucros dos patrões.

Isso leva os trabalhadores a um esforço brutal para conseguir uma renda que lhe proporcione o mínimo para sobreviver. Os trabalhadores não percebem a manipulação pela qual passam a pensar que são seus próprios patrões e, dessa forma, são imbuídos a se cobrarem metas cada vez mais impossíveis de serem cumpridas e ainda sem nenhuma proteção social. Transformam-se em praticamente escravos do século 21.

O mais recente filme do cineasta britânico Ken Loach desmonta qualquer tese sobre o fim da história com supremacia do capital sobre o trabalho. “Você Não Estava Aqui” (“Sorry We Missed You”, título original em inglês), de 2019, que estreou no Brasil em fevereiro deste ano, mostra de forma realista as agruras enfrentadas com a superexploração da força de trabalho no capitalismo do século 21.

Essa exploração leva as pessoas ao limite de resistência física e psicológica por causa da exaustão de 14 horas de trabalho por dia. Predomina a tese de um suposto empreendedorismo que acarreta um esforço brutal para conseguir uma remuneração compatível com a dignidade.

No mundo contemporâneo, o capital mascara sua exploração com as teses de empreendedorismo e meritocracia para sugar ao máximo quem vive do trabalhe e assim elevar às alturas os lucros dos patrões.

Isso leva os trabalhadores a um esforço brutal para conseguir uma renda que lhe proporcione o mínimo para sobreviver. Os trabalhadores não percebem a manipulação pela qual passam a pensar que são seus próprios patrões e, dessa forma, são imbuídos a se cobrarem metas cada vez mais impossíveis de serem cumpridas e ainda sem nenhuma proteção social. Transformam-se em praticamente escravos do século 21.

Veja trailer oficial do filme

 

Sem o repouso necessário, os trabalhadores esgotam todas as suas forças físicas e psíquicas, que os leva ao esgotamento e ao adoecimento, aumentando suas dívidas.

Num diálogo com Ricky Turner (Kris Hitchen), Maloney (Ross Brewster), o chefe, fala da desumanidade predominante porque as pessoas só querem a mercadoria barata e entregue rápido sem se importar com o entregador. E conclui que ele é essencial para o sistema porque eleva os lucros dos acionistas forçando a barra sobre os entregadores.

Como uma sequência de “Eu, Daniel Blake” (2016), também de Loach, onde um trabalhador já idoso sofre para tentar receber o seguro saúde por seu afastamento do trabalho por doença cardiológica, “Você Não Estava Aqui” mostra as fissuras de uma família causada pela superexploração da força de trabalho dos pais.

Um diálogo entre uma senhora idosa, ex-sindicalista, de quem Abbie Turner (Debbie Honeywood) é cuidadora mostra as diferenças do mundo do trabalho, em “Você Não Estava Aqui”. A ex-sindicalista conta sua trajetória no movimento sindical e as reivindicações dos trabalhadores e se espanta ao saber que Abbie tem uma jornada muito superior a 8 horas diárias, sem ganhar horas extras, inclusive.

O novo filme de Loach aprofunda as reflexões sobre o domínio do capital sobre o trabalho num mundo em que no capitalismo começa a dar sinais de esgotamento e começa a ter um contraponto, que não havia desde o fim da União Soviética em 1991.

A classe trabalhadora, então, se vê massacrada e com pouca reação motivada pelo enfraquecimento do movimento sindical. Fica evidente a necessidade do sindicalismo para haver um contraponto aos desmandos patronais.

A família passa por momentos difíceis pela ausência dos pais em casa, devido às jornadas de trabalho cada vez mais excessivas. O adolescente Seb (Rhys Stone) não vê utilidade na escola e pretende se dedicar à arte do grafite, sua irmã Liza (Katie Proctor), de apenas 13 anos, sofre com as brigas constantes sem saber o que fazer para a paz retornar ao lar.

Exatamente como a maioria fica sem saber que sucumbe à exploração cada vez maior de sua força de trabalho que aumenta dia a dia a distância dos sonhos de uma vida com mais qualidade.

Em uma discussão entre Ricky e seu filho, ele sugere ao jovem procurar um trabalho e o adolescente pergunta que trabalho. Porque os jovens são os mais afetados pelo desemprego e os adultos são forçados a se submeter a relações insanas de trabalho para tocar a vida e sustentar a família.

Até quando a classe trabalhadora suportará tamanha exploração? Para Loach, a superexploração da força de trabalho e as dificuldades financeiras causadas por ela, deterioram as relações humanas, por causa da carga excessiva de trabalho e pelo alto índice de competitividade para conseguir uma vida que beire a dignidade.

Num mundo dominado pelos valores burgueses, Loach chega a ser taxado de panfletário pela crítica burguesa. O cineasta de 83 anos, contudo, parece convidar as pessoas à ação coletiva e consciente para acabar com essa superexploração e quem sabe superar o capitalismo e construir o mundo novo.

Outros filmes de Ken Loach

“Kes” (1969), “Riff-Raff” (1991), “Ladybird,  Ladybird” (1994), “Terra e Liberdade” (1995), “Uma Canção para Carla” (1996), “Meu Nome é Joe” (1998), “Apenas Um Beijo” (2004), “Ventos da Liberdade” (2006) e “Mundo Livre” (2007).

Fonte: Jornal Tornado

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