A subserviência da Ancine ao governo Bolsonaro, por Eduardo Escorel

 

Ao contrário do que o veto sugere, a Ancine não é um braço do atual Poder Executivo, a serviço dos seus interesses políticos

por Eduardo Escorel

Este nosso imenso país se apequena, quando a Agência Nacional do Cinema (Ancine) indefere o projeto de um filme alegando que o longa-metragem “dá margem a inegável propaganda pessoal do ex-presidente da República homenageado no documentário, com notório aproveitamento político, às custas dos cofres públicos” (O Globo, “Segundo Caderno”, 16 de julho).

A decisão de vetar o projeto O Presidente Improvável, aprovado em 2018, não deve surpreender, porém, diante da subserviência da diretoria da Ancine.

Não cabe sequer discutir o demérito da decisão que instaura a censura prévia na Ancine ao vetar o documentário da Giros Filmes e de Belisário Franca, produtora e diretor de notória qualificação, em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso dialoga sobre temas da atualidade com colegas e personalidades políticas internacionais.

Ao contrário do que o veto sugere, a Ancine não é um braço do atual Poder Executivo, a serviço dos seus interesses políticos. A comunidade cinematográfica já deveria ter se manifestado em repúdio ao indeferimento.

Publicado originalmente na Piauí

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