Uma briga entre duas entidades representativas está dividindo a classe dos músicos do estado do Rio de Janeiro. A cassação do registro do compositor Eduardo Camenietzki, no final de 2005, depois que ele criticou a Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), fez com que o Fórum Permanente de Música do Estado do Rio se mobilizasse e pedisse a intervenção de autoridades federais na OMB, que regula a atuação dos profissionais no país..
Assim que a cassação do músico tornou-se pública, o Fórum de Música do Rio providenciou um abaixo-assinado da classe musical. Até agora, foram conseguidas mais de 1,1 mil assinaturas, entre elas as de Chico Buarque, Caetano Veloso, Leila Pinheiro, Sandra de Sá e Zélia Duncan. O documento deverá ser entregue ao Ministério da Cultura e ao Congresso Nacional, a fim de que sejam realizadas mudanças na Ordem.
Segundo Camenietzki, “a legislação de regulamentação do músico está caduca, é de 1960, de antes da explosão dos Beatles. Você não imagina o que já não mudou das técnicas de gravação. Hoje há técnicas digitais, o mundo está informatizado. Desde os teclados eletrônicos, até os samplers e os DJs, tudo foi mudando. E a lei está no tempo dos cassinos e esperando a volta da música no cinema músico”.
O compositor informou ainda que a briga entre o Fórum de Música do Rio e a Ordem dos Músicos começou depois que a categoria passou a cobrar da OMB uma atuação mais efetiva na melhoria do tratamento aos músicos que, nos últimos anos, teriam perdido espaços para apresentações.