Inês Armand, a feminista que influenciou os rumos da Revolução Russa

Depois da Revolução de Outubro, a líder francesa chefiou o Conselho Econômico de Moscou, foi diretora da Zhenotdel e presidiu a 1ª Conferência Internacional de Mulheres Comunistas

Nascida na França, Inês Armand foi criada por avó e tia em Moscou, na Rússia, desde que seu pai faleceu quando ela tinha apenas 15 anos. Casou-se duas vezes ao longo da vida – mas o último casamento terminou quando o marido, Vladimir Armand, morreu devido a uma tuberculose. Foi ele quem apresentou Armand a ideais revolucionários.

Teve cinco filhos e, além de fazer parte do Partido Social Democrata da Rússia, atuou intensamente no movimento comunista russo. Escreveu literatura sobre o tema, se formou em Economia e ainda se tornou amiga próxima de Lenin – a figura máxima da Revolução Russa.

A socialista francesa e o líder revolucionário se encontraram pela primeira vez em 1909. Com semelhanças em suas visões políticas, os dois passaram a trabalhar juntos. Inês também estabeleceu amizade com Nadezhda Krupskaya, esposa de Lenin. Grande ativista pelo direito das mulheres trabalhadoras, lutou por reformas que possibilitassem o divórcio e o aborto, além de defender mais poder de decisão das integrantes da organização partidária.

Depois da Revolução de Outubro, a comunista chefiou o Conselho Econômico de Moscou e foi diretora da Zhenotdel – organização que tinha como diretriz a luta pela igualdade das mulheres dentro do Partido Comunista. Ainda organizou e presidiu a primeira Conferência Internacional de Mulheres Comunistas, em 1920, que contou com Lenin como orador.

Mesmo que fosse esperado que Armand tivesse um grande papel durante os movimentos revolucionários na Rússia, isso não aconteceu de fato. Praticamente sozinha, ela tinha de cuidar dos cinco filhos. Um deles, Andre, muito doente, exigiu atenção extra em três momentos diferentes – 1905, 1908 e 1913.

Toda a sobrecarga de trabalho fez com que a revolucionária ficasse extremamente exausta. Percebendo tal cansaço, Lenin sugeriu a ela que fosse à região do Cáucaso para passar alguns dias de férias. O problema era que nenhum dos dois sabia que o local passava por uma terrível epidemia.

Ela e outras pessoas foram evacuados da região, mas não adiantou. Inês contraiu cólera e morreu nas primeiras horas do dia 24 de setembro de 1920, aos 46 anos. A líder revolucionária feminista e comunista recebeu um funeral honroso, sendo enterrada na Necrópole do Muro do Kremlin, em Moscou. Foi a primeira mulher a ter a honra de passar a eternidade na Praça Vermelha.

Com informações do Aventura na História

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