Teatro Guaira – Uma história de crise e abandono.

 

Um dos mais famosos e importantes teatros da América do Sul, Teatro Guaira, marco do modernismo paranaense, corre sério risco de fechar caso a administração Ratinho Jr. (PSD) continue no rumo em que está. As críticas e o alerta surgiram durante uma audiência pública sobre o tema, na Assembleia Legislativa.

O Teatro Guaíra possui quatro corpos artísticos: a Orquestra Sinfônica do Paraná, o Balé Teatro Guaíra, o G2 Cia de Dança e a Escola de Dança. Anualmente, cerca de 350 mil espectadores frequentam o Teatro Guaíra, que é o espaço cultural mais conhecido do estado.

As denuncias partiram de Monica Rischbieter, ex diretora do Centro Cultural Teatro Guaira sobre a ineficiente gestão da cultura do governador Ratinho Junior do Paraná.

Monica que foi exonerada em fevereiro deste ano, disse com todas as letras que o Guaíra tinha 367 funcionários no início dos anos 1990 e hoje tem apenas 115. Entre eles, ainda é preciso descontar cerca de 60 músicos da orquestra e dezenas de bailarinos para ver quantos funcionários administrativos restam. “O último concurso foi em 1992. Então o Guaíra está fadado a acabar”, disse ela.

Vislumbra-se um cenário de terra arrasada na cultura paranaense, uma somatória de atos que simbolizam a aversão do governo Ratinho Jr, assim como Bolsonaro à cultura, às artes e às liberdades.

A fúria descontrolada do governador contra as artes e a cultura do Paraná está à beira da ruína atingindo seu ponto máximo: depois de eliminar a Secretaria de Estado da Cultura, criando uma superintendência (na Secretaria de Comunicação) no seu lugar tendo como Superintendente-geral da Cultura Luciana Casagrande Pereira.

Teatro Guaíra ainda respira

De acordo com a ex-diretora, o que mantém o Guaíra respirando hoje é a parceria com o Palco Paraná, uma organização social criada para ajudar a gerir e fornecer contratos ao teatro. Porém, na gestão Ratinho Jr., o Palco Paraná está ganhando diversas outras atribuições. Segundo Rischbieter, por ter apenas cinco funcionários, logo não terá mais como dar atenção ao Guaíra.

Tanto Rischbieter quanto a ex-gestora do Palco Paraná, Nicole Barão Raffs, afirmaram que recentemente a gestão chegou a pedir que os bailarinos abrissem mão do reajuste a que tinham direito, caso contrário poderia haver demissões.

Absolutamente ninguém da Secretaria de Comunicação e Cultura nem da atual gestão do Guaíra compareceu à audiência pública, convocada pelos deputados Goura (PDT) e Michele Caputo (PSDB). Depois de ouvir várias denúncias, Caputo disse que pensa em convocar a superintendente de Cultura do Paraná, Luciana Casagrande, para falar na Assembleia.

O Centro Cultural Teatro Guaíra já foi um dos maiores complexos culturais da América Latina, infelizmente com Ratinho Jr, porém, a demolição tornou-se inevitável e irremediável. O Paraná e sua cultura são maiores que um governo medíocre. Entretanto, quanto mais perdurar a demolição, mais difícil será a reconstrução.

 

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