Documentários sobre lutas pela arte e pan-africanismo entram na tela do Cine Brasília

Dois documentários entram em cartaz no Cine Brasília antes de o espaço fechar para a 52ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que acontece de 22 de novembro a 1º de dezembro.

 

O documentário “Cine São Paulo” retrata o drama na luta pela sobrevivência de uma sala de cinema no interior paulista. Segundo o programador do Cine Brasília, Rodrigo Torres, “trata também de uma situação conjuntural, que é de extinção de antigos espaços de exibição cinematográfica no Brasil, especialmente dos cinemas de rua”.

 

Torres lembra ainda que apenas 10% dos municípios do país hoje apresentam salas de cinema. O filme mostra algumas das principais dificuldades de manutenção destes espaços. Conquistou o prêmio de melhor documentário no Festival Biarritz América Latina de 2017. O Cine Brasília exibe “Cine São Paulo” com exclusividade.

 

Outro documentário, “Meu amigo Fela”, reconstrói a vida do multi-instrumentista nigeriano Fela Kuti (1938-1997). Revolucionário, visionário, gênio, guerrilheiro, pan-africanista e pop star, Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti colecionou adjetivos e ganhou a condição de ícone da consciência negra. A partir do olhar dos seus amigos e das conversas com o biógrafo, o afro-cubano Carlos Moore, surge a figura de um líder político e representante de toda uma geração pan-africana.

 

Continua em cartaz a animação “A Cidade dos Piratas”, que desafia o espectador a acompanhar uma narrativa complexa em termos de linguagem e conteúdo, abordando de maneira livre passagens da biografia do cartunista e transformista Laerte Coutinho (68 anos). Personagens das tirinhas “Piratas do Tietê” ganham a cena num convulsionado enredo que mistura ficção e crítica da realidade.

 

Confira a seguir sinopses, fichas técnicas e horários de exibição.

 

“Cine São Paulo”

De Ricardo Martensen & Felipe Tomazelli (2017, documentário, Brasil, 78 minutos, livre)

Sinopse: Aquilo que um dia foi uma respeitável sala de cinema, agora está praticamente em ruínas. O proprietário, o professor de história Francisco Teles, ou seu Chico, como é tratado em Dois Córregos (SP), inicia uma luta obstinada para salvar o prédio centenário na pequena cidade do interior paulista. É uma declaração de amor dos diretores ao cinema e um exemplo de luta de um homem simples para manter o acesso à sétima arte.

Trailer: https://vimeo.com/214292638

 

“Meu amigo Fela”

De Joel Zito Araújo (2019, documentário, Brasil, 94 minutos, 14 anos, inglês/francês, com legendas em português)

Sinopse: Uma nova perspectiva sobre o músico nigeriano Fela Kuti, a fim de contrapor a narrativa mais frequentemente retratada: como um excêntrico ídolo pop africano do gueto. Fela estudou música em Londres, para onde foi, a princípio, em busca de especialização médica. Faleceu em decorrência de uma complicação ligada ao vírus HIV. O documentário foi selecionado para o Festival Internacional de Cinema de Rotterdam e para a mostra competitiva do Festival Pan Africano de Burkina Faso.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=uUR1d0nAUxU

 

“A Cidade dos Piratas”
De Otto Guerra (2018, documentário/animação, Brasil, 83 minutos, 16 anos)

Sinopse: Um diretor de cinema (Otto) enfrenta uma situação complexa no meio da produção de longa metragem quando o autor de “Os Piratas do Tietê” (Laerte) começa a rejeitar os personagens quando o enredo está praticamente pronto. O filme, com direção de Otto e roteiro de Laerte, mistura ficção, realidade e reflexões sobre política e arte.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=UndpMLfsQv4

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