TV Cultura cria Departamento de Pesquisas

Pesquisas, pesquisas e mais pesquisas. É assim que a TV Cultura pretende guiar boa parte dos novos passos na sua programação a partir deste ano. A rede pública acaba de criar um departamento de pesquisas que vai analisar as principais atrações da casa e os lançamentos.
“Nossa idéia é acompanhar regularmente programas-chave do canal, como nossos noticiários, o Metrópolis e os teleteatros que vamos lançar”, fala a diretora desse novo departamento, Fátima Jordão, especialista no assunto. “Testaremos também a possibilidade de novos programas, como estamos testando agora modelos de atrações futuras para o público jovem. Fizemos isso na criação do programa de Silvia Poppovic.”

Foi justamente esse estudo, realizado em dezembro, uma das primeiras missões do Departamento de Pesquisa da Cultura. O resultado, que foi decisivo na contratação de Poppovic pela emissora, mostrou dados curiosos que estão ajudando a Cultura a nortear suas decisões. A emissora realizou quatro grupos de discussões que debateram sobre a programação do canal: duas equipes de mulheres e duas de homens, com idades entre 35 e 45 anos. O resultado desses debates mostra que, apesar de considerarem a Cultura uma emissora ética, confiável e inteligente, o público permanece pouco tempo preso à sua programação, seus programas não são vistos em família e, na opinião dos entrevistados, a grade do canal é muito segmentada, não tem continuidade.

O ritmo lento das atrações e o fato de os apresentadores serem desconhecidos do grande público também foram apontados como fatores fragilizadores do canal. Resumindo: a emissora é bem conceituada, mas essa admiração não se traduz em audiência.

“É claro que não vamos deixar nossos princípios éticos e de qualidade por causa das pesquisas, mas elas ajudarão nossas equipes de marketing e da programação a encontrar o melhor caminho”, explica Fátima. “O importante é olhar para os dados é ver que, no fim de um dia, 32% dos domicílios com TV em São Paulo passaram pelo Cultura; no de um mês, esse número pula para 72% das casas. É um dado importante e é nele que temos de nos concentrar.”

 

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