Ano Brasil Portugal: Ana de Hollanda exalta projeção cultural brasileira

A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, participou no Rio de Janeiro do lançamento da programação do Ano Brasil Portugal, no Consulado-Geral de Portugal, e considerou que a iniciativa dará maior projeção ao Brasil e fortalecerá sua imagem no exterior. Segundo ela, a extensão do programa de atividades, que vão desde exposições fotográficas a concertos musicais, estreitará os laços culturais e de economia criativa entre os países.
“Existe inegável trânsito cultural contribuindo para o fortalecimento do relacionamento e da economia criativa luso-brasileira”, afirmou. “Espero que a iniciativa promova nossas indústrias culturais, dando novo alento à cooperação entre Brasil e Portugal”, disse, citando outras celebrações da cultura brasileira em países como França, Alemanha, Bélgica, Holanda, entre outros.
A ministra também se declarou emocionada com presença de artistas no lançamento, entre eles as veteranas atrizes Bibi Ferreira e Marília Pêra. Mas, Ana fugiu deixou sem resposta o jornalista que lhe questionou se estas presenças também significavam apoio a seu mandato no Ministério da Cultura (MinC). Ela sorriu, sem que se entendesse o que falou em voz baixa.
O presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte), Antonio Grassi, apresentou a extensa programação das atividades preparadas pelo Brasil. O Ano do Brasil em Portugal se inicia no próximo 7 de setembro, data da independência brasileira, e se encerra em 10 de junho de 2013, no Dia de Portugal, comemorado na data da morte do poeta Luís de Camões.
Crise X pujança?
O governo brasileiro investirá diretamente no evento. As previsões iniciais são de R$ 7 milhões até o final do ano, nada impedindo um aumento neste valor. O MinC destinará R$ 3 milhões, a Funarte outros R$ 3 milhões e o Ministério de Relações Exteriores, R$ 1 milhão. Segundo Grassi, ainda se negocia o valor do patrocínio da Empresa Brasileira de Turismo (Embratur), que deve girar em torno de R$ 7 milhões. O presidente da Funarte acredita que a cifra até o momento é animadora, mas espera mais aportes externos.
“O que espero, e quero, é que (o orçamento) seja muito maior. O ideal seria com recursos próprios por volta de R$ 14 milhões, e aportes externos de aproximadamente R$ 10 milhões. Com cerca de R$ 25 milhões poderíamos fazer uma programação de um ano em um bom nível”, disse ao Jornal do Brasil.
Grassi informou que a expectativa é poder ter um olhar mais abrangente da produção artísticas nas diversas regiões brasileiras. Ele também revelou que nos espaços abertos a entrada será gratuita e, quando for necessário pagar, o preço será “muito popular”. “Nada que seja mais do que 10 euros”, advertiu.
O site do Ano do Brasil em Portugal, de acordo com a Funarte, ficará pronto na próxima semana e disporá toda a programação – e suas atualizações. O MinC lançará, nos próximos dias, edital para receber projetos de grupos brasileiros de arte, como o circo, a dança e o teatro entre outros.
Diferentemente do que ocorrerá com a exposição brasileira no país luso, o comissário de Portugal no Brasil, Miguel Horta e Costa, revelou que as exposições culturais portuguesas por aqui serão patrocinadas exclusivamente por empresas privadas. Recentemente, o Ministério da Cultura português foi transformado em Secretaria de Estado, reduzindo sua importância política.
Horta e Costa destacou que o objetivo do Ano de Portugal no Brasil é atualizar a imagem que temos deles por aqui. Segundo ele, o evento pode funcionar como “uma via natural de internacionalização das pequenas e médias empresas portuguesas”. O comissário ressaltou que o programa é aberto à sociedade civil e já recebeu mais de 400 candidaturas.
Apesar da modesta contribuição cultural, a grande aposta da comissão portuguesa é uma partida de futebol entre as seleções dos dois países, sem data confirmada, mas que deve ocorrer em 2013.
Representando o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, o embaixador Hadil Fontes da Rocha Vianna salientou que o evento foi decidido em nível presidencial, em 2010.
“O programa deve refletir o relacionamento fraternal entre Brasil e Portugal, mantendo o foco da contemporaneidade”, discursou. “Espero que seja ocasião para que os brasileiros possam estreitar os laços com Portugal”.

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