Série EMESP: “A viola foi amor à primeira tocada”

Três alunos da Escola de Música do Estado de São Paulo (Emesp Tom Jobim), além de ensaiarem todos os dias seus instrumentos, como de costume, também estão praticando muito o idioma inglês. O motivo é de dar orgulho à Emesp e à Orquestra Jovem do Estado (OJE), onde eles atuam sob a regência do maestro Cláudio Cruz: foram aprovados em importantes conservatórios no exterior, a Royal Academy of Music, de Londres, e a Duquesne University, no estado da Pensilvânia, Estados Unidos.

 

Para a Royal Academy of Music foram selecionados a violinista Jamile Destro e o violista Christian Santos. A viola também é o instrumento de Ryellen de Souza Joaquim, aprovada na Duquesne University.

 

Na seção Transformadores Culturais, você vai saber um pouco de cada um deles. Cada texto é acompanhado de um vídeo com os músicos, onde eles contam mais detalhes de suas trajetórias.

 

Para ajudar no custeio das despesas do dia a dia no exterior (moradia, alimentação e transporte), Jamile, Christian e Ryellen começaram campanhas individuais para arrecadar doações. Os links estão ao final de cada reportagem.

 

“A viola foi amor à primeira tocada”

Atual chefe de naipe de violas da Orquestra Jovem do Estado, Ryellen Joaquim tem 24 anos e mora em São Paulo há cinco, onde cursou graduação em Música. Nascida na cidade de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, ela começou a estudar música aos dez anos, em sua cidade, num projeto voltado a crianças de baixa renda. “Lá, fiquei até os 20 anos. Tive aulas de música de câmara e ensaio de orquestra. Já comecei tocando viola e nunca mudei de instrumento. Foi amor à primeira tocada”, define a violista.

 

Em 2013, Ryellen conheceu o professor de viola Gabriel Marin, que a convidou para uma audição para a Orquestra Sinfônica de Heliópolis (projeto social criado na comunidade de mesmo nome, na zona sul da cidade de São Paulo, dirigida pelo maestro Isaac Karabtchevsky). Aprovada, a violista veio para a capital paulista e ficou na orquestra por dois anos.

 

Na sequência, fez prova para a OJE e para chefe de naipe das violas. “O aprendizado na Orquestra é infinito porque o maestro Cláudio Cruz sempre exige o nosso melhor, para fazermos o melhor ensaio e o melhor concerto. É possível ver a paixão dele e essa paixão é passada pra gente”, afirma.

 

Filha caçula, Ryellen sente falta da família, que continua no Rio de Janeiro, mas compensa saudade com a dedicação à Emesp e à OJE. Ela sabe que a saudade vai aumentar com a distância quando estiver nos Estados Unidos: a previsão é ficar quatro anos na Duquesne University – nos dois primeiros, fará uma pós-graduação; nos anos seguintes, um mestrado.

 

O idioma será uma barreira a ser enfrentada com mais facilidade: Ryellen está cursando inglês com bolsa oferecida por meio de parceria entre a Cultura Inglesa e a organização social Santa Marcelina Cultura, que administra a Emesp Tom Jobim e a Orquestra Jovem. “Sem essa bolsa, eu não poderia aproveitar essa oportunidade que eu tive na Duquesne University”, afirma.

 

Ryellen pretende, futuramente, compartilhar seu conhecimento quando retornar ao Brasil. “Fui professora no projeto para crianças em que estudei, em Campos dos Goytacazes, e via naquelas crianças a sede de aprendizado que eu tinha e tenho. Quero voltar a ensinar para crianças e mostrar para elas que podem ter a profissão de músico e serem cidadãs, com uma vida digna”, planeja.

 

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